domingo, 6 de maio de 2007

Realismo / Naturalismo & Correntes Científicas

Realismo

História do realismo na arte
O Realismo fundou uma Escola artística que surge no século XIX em reação ao Romantismo e se desenvolve baseada na observação da realidade, na razão e na ciência. Além de uma oposição a um realismo fotográfico.
O Realismo é um movimento artístico surgido na França, e cuja influência se estendeu a numerosos países europeus. Esta corrente aparece no momento em que ocorrem as primeiras lutas sociais, sendo também objecto de acção contra o capitalismo progressivamente mais dominador. Das influências intelectuais que mais ajudaram no sucesso do Realismo denota-se a reacção contra as excentricidades românticas e contra as suas falsas idealizações da paixão amorosa, bem como um crescente respeito pelo facto empiricamente averiguado, pelas ciências exactas e experimentais e pelo progresso técnico. A passagem do Romantismo para o Realismo, corresponde uma mudança do belo e ideal para o real e objectivo.

Realismo nas artes plásticas
Artistas do realismo
Édouard Manet
Gustave Courbet
Honoré Daumier
Jean-Baptiste Camille Corot
Jean-François Millet
Théodore Rousseau

Realismo na literatura
Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da época, os escritores realistas desejavam retratar o homem e a sociedade em sua totalidade. Não bastava mostrar a face sonhadora e idealizada da vida como fizeram os românticos; era preciso mostrar a face nunca antes revelada: a do cotidiano massacrante, do amor adúltero, da falsidade e do egoísmo humano, da impotência do homem comum diante dos poderosos. Em lugar do egocentrismo romântico, verifica-se um enorme interesse de descrever, analisar e até em criticar a realidade. A visão subjetiva e parcial da realidade é substituida pela visão que procura ser objetiva, fiel, sem distorções. Em lugar de fugir à realidade, os realistas procuram apontar falhas como forma de estimular a mudança das instituições e dos comportamentos humanos. Em lugar de heróis, surgem pessoas comuns, cheias de problemas e limitações. Na Europa, o realismo teve início com a publicação do romance realista Madame Bovary (1857) de Gustave Flaubert.
Principais correntes da época
Positivismo
Determinismo
Darwinismo
Alguns expoentes do realismo europeu: Gustave Flaubert, Honoré de Balzac, Eça de Queirós

No Brasil
A partir da extinção do tráfico negreiro, em 1850, acelera-se a decadência da economia açucareira no Brasil e o país experimenta sua primeira crise depois da Independência. O contexto social que daí se origina, aliado a leitura de grandes mestres realistas europeus como Stendhal, Balzac, Dickens e Vitor Hugo, propiciarão o surgimento do Realismo no Brasil.
Assim, em 1881 Aluísio Azevedo publica O Mulato (primeiro romance naturalista brasileiro) e Machado de Assis publica Memórias Póstumas de Brás Cubas (primeiro romance realista do Brasil).
Machado de Assis
Raul Pompéia
Aluízio Azevedo

Em Portugal
O Realismo na Literatura surge em Portugal após 1865, devido à Questão Coimbrã e às Conferências do Casino, como resposta à artificialidade, formalidade e aos exageros do Romantismo de uma sentimentalidade mórbida. Eça de Queirós é apontado como o autor que introduz este movimento no país, sendo o romance social, psicológico e de tese a principal forma de expressão. Deixa de ser apenas distracção e torna-se meio de crítica a instituições, à hipocrisia burguesa (avareza, inveja, usura), à vida urbana (tensões sociais, económicas, políticas) à religião e à sociedade, interessando-se pela análise social, pela representação da realidade circundante, do sofrimento, da corrupção e do vício. A escravatura, o racismo e a sexualidade são retratados com uma linguagem clara e directa.

A Génese do Realismo em Portugal
O primeiro aparecimento do Realismo em Portugal deu-se na Questão Coimbrã. Polémica esta que significou, nas palavras de Teófilo Braga “a dissolução do Romantismo”, nela se manifestou pela primeira vez as novas ideias e o novo gosto de uma geração que reagia contra o marasmo em que tinha caído o Romantismo.
O segundo episódio do aparecimento do Realismo em Portugal verificou-se em 1871 nas Conferências do Casino (ou Conferências Democráticas do Casino). Nesta nova manifestação da chamada Geração de 70 os contornos do que seria o Realismo apareceram desenhados com maior nitidez. Especialmente através da conferência realizada por Eça de Queiroz intitulada O realismo como nova expressão da arte. Sob a influência do Cenáculo, e da sua figura central Antero de Quental, Eça funde as teorias de Taine, do determinismo social e da hereditariedade com as posições estético-sociais de Proudhon. Atacando o estado das letras nacionais e propondo uma nova arte, uma arte revolucionária, que respondesse ao "espírito dos tempos" (zeitgeist), uma arte que agisse como regeneradora da consciência social, que pintasse o real sem floreados. Para Eça só uma arte que mostrasse efectivamente como era a Realidade, mesmo que isso implicasse entrar em campos sórdidos, poderia fazer um diagnóstico do meio social, com vista à sua cura. Assim reagia contra o espírito da arte pela arte, visando mostrar os problemas morais e assim contribuir para aperfeiçoar a Humanidade. Com este cientismo Eça já situava o Realismo na sua posição extrema de Naturalismo.
Reacções: Pinheiro Chagas atacou Eça. Luciano Cordeiro argumentou que ele próprio já tinha defendido posições parecidas
A implantação efectiva do Realismo em Portugal dá-se com a publicação do O Crime do Padre Amaro, seguida dois anos mais tarde pelo Primo Basílio, obras ambas de Eça, que são caracterizadas por métodos de narração e descrição baseados numa minuciosa observação e análise dos tipos sociais, físicos e psicológicos, aparecendo os factores como o meio, a educação e a hereditariedade a determinarem o carácter moral das personagens. São romances que têm afinidade com os de Émile Zola, com o intuito de crítica de costumes e de reforma social.
O primeiro destes romances foi acolhido pelos críticos de então com um silêncio generalizado. O segundo provocou escândalo aberto. E a polémica e a oposição entre Realismo e Romantismo estala definitivamente. Pinheiro Chagas ataca Eça considerando-o antipatriota, pelo modo como apresenta a sociedade portuguesa. Chegaram a aparecer panfletos acusando os realistas de desmoralização das famílias (Carlos Alberto Freire de Andrade: A escola realista, opúsculo oferecido às mães)
Camilo Castelo Branco vai parodiar o Realismo com Eusébio Macário (1879) e voltando a parodiar com A Corja (1880). Mas curiosamente, mesmo através da paródia, Camilo vai absorver a nova escola, como é nítido na novela A Brasileira de Prazins. (1882).
Entretanto o paladino do Realismo, Eça, vai desorientar os seus seguidores ortodoxos com a publicação de O Mandarim. O que faz com que Silva Pinto (1848-1911) que tinha exposto a teoria da escola realista e elogiado Eça num panfleto intitulado Do Realismo na Arte, vai agora atacar Eça em Realismos, ridicularizando o novo estilo deste. Reis Dâmaso, na Revista de Estudos Livres vai-se insurgir contra a publicação de O Mandarim acusando Eça de ter atraiçoado o movimento. Estas acusações não eram infundadas porque de facto Eça já estava a descolar de um realismo ortodoxo para o seu estilo mais pessoal onde o seu humor e a sua fantasia se aliam num estilo único.
Desde a implantação do Realismo com a conferência de Eça que o movimento logrou um núcleo de apoiantes que se desmultiplicaram em explicar e defender o seu credo estético. esse núcleo resvalou, regra geral, para uma posição mais extremadamente Realista, o Naturalismo, tornando-se ortodoxos e dogmáticos. Os defensores desta posição são José António dos Reis Dâmaso (1850-1895) e Júlio Lourenço Pinto (1842-1907) autor da Estética naturalista, que pretendia ser um evangelho do naturalismo. No entanto estes dois autores são fracos do ponto de vista literário e totalmente esquecidos hoje em dia.
Aqueles que não enveredaram por posições tão rígidas estão menos esquecidos como Luís de Magalhães que nos deixou O Brasileiro Soares (1886) que foi prefaciado por Eça. Outros nomes são Trindade Coelho, Fialho de Almeida e Teixeira de Queiroz.
Por volta de 1890 o Realismo/Naturalismo tinha perdido o seu ímpeto em Portugal. Em 1893 o próprio Eça o declarava morto nas Notas Contemporâneas: “o homem experimental, de observação positiva, todo estabelecido sobre documentos, findou (se é que jamais existiu, a não ser em teoria)

Balanço do Realismo em Portugal
Embora por vezes doutrinariamente fraco e/ou confuso o Realismo em Portugal apresenta-se por isso mesmo, mais do que um movimento consistente, como uma tendência estética, um sentir novo, que se opôs ao Idealismo e ao Romantismo. A sua consequência mais importante foi a introdução em Portugal às influências estrangeiras nos vários domínios do saber. Alargando as escolhas literárias e renovando um meio literário que estava muito fechado sobre si mesmo.

Retirado de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Realismo"

19 comentários:

Cristiane Gomes disse...

La capacidad es la capacidad de movilizar conocimiento, valores y decisiones para actuar de manera pertinente en una situación determinada. Por lo tanto, para evidenciarla, tiene eso también para considerar el conocimiento y los valores que están en la persona y ni pueden ser observados siempre.

Paulo Cezar S. Ventura disse...

Il me semble que vous avez réussi à trouver une connexion entre le réalisme et la méthode en science et technologie. Avancez sur ce chemin, s'il-vous-plait.

Silvane Gomes disse...

Nous avancerons !

Unknown disse...

O Realismo fundou uma escola artistíca que surge no século xix em reação ao romantismo que é desenvolvida baseada na observação da realidade,na razão,e na ciência.O realismo é um movimento artístico na França e cuja influência se estendeu a numerosos países europeus.Esta corrente aparece no momento em que ocorrem as primeiras lutas sociais,sendo também objecto de acção contra o capitalismo progressivamente mais dominador.A passagem do romantismo para o realismo corresponde a mudança do belo e ideal para o real e objectivo.
A visão subjetiva e pacial da realidade é substituída pela visão que procura ser objetiva,fiel,sem distorções.
As principais correntes da época eram:Positivismo,Determinismo e Darwinismo.E alguns expoentes do realismo europeu eram:Gustavo Flaubert,Honoré de Balzac e Eça de Queirós.

Unknown disse...

eu entendi que o realismo artistico na frança e a influencia se estendeu por muitos paises europeus.O realismo na literatura era voltada para o interesse de analisar.e importante saber que o realismo fundou escola artistica.

Anônimo disse...

Gostei dos textos e aprendi que o Realismo na literatura era voltado para o interesse de analisar, críticar a realidade humana e também era necessário mostrar uma face jamais vista:da falisidade, do egoísmo das pessoas e da inultilidade do homem com os poderosos.Tudo isso como forma de descriminar o proxímo?Porque não fizem ou fazeram o contrário?

Unknown disse...

Os textos são muito interessantes, porque falam de uma época que envolve o Realismo e o Romantismo. Essa corrente aparece no momento em que ocorrem as primeiras lutas sociais, sendo também objectos de acção contra o capitalismo.A passagem do Romantismo para o Realismo corresponde a mudança do belo e ideal para o real e objectivo.

CAMILA LOPES disse...

ola!!
o meu comentario e o seguinte é uma criativa ideia dos professores fazer esse blog,apesar de poucos alunos se interessar no assunto.até o momento entende que romantismo e a passagem para realismo e q são duas coisas muito diferentes.
Partindo do ponto de vista da hitoria da literatura,romantismo pode ser encarado como o primeiro grande estilo da era contemporânea, uma resposta da estética da cultura que marca o advento da revolução industrial e a revolução social inaugurada pela Revolução Francesa (1789). Este estilo marca o recesso da “idade humanística”, dos costumes aristocráticos, além de sinalizar o abandono da referência sistemática à mitologia da Antigüidade e seus modelos artísticos. O realismo é como o romantismo um estilo de oposição cultural. Ele expressa um desacordo profundo entre literatura e sociedade, entre as letras e a civilização, captando pela arte a enfermidade da cultura – o “mal-estar da civilização”.A num sei se estar certo nao foi mais ou menos isso que entende sobre ROMANTISMO E REALISMO!!!BJOS
ASS:CAMILA LOPES SANTANA 2001

Unknown disse...

CEFET
LEIDIANE DO CARMO/TURMA:2ELETRO1
Com esse blog nos permite sanar varias duvidas sobre o realismo como por ex:como surgil,como chegol ao Brasil,os adeptos do memo,e do que se trata.
EU percebi que ele nasceu com o intuito de relatar,o que se acontecia na epoca,falar das atrocidades que se cometia,dos abusos de poder e etc...buscava alertar a população para uque os mesmos buscassem uma solução.
por essses fatos eu gostei desse blog porque ele pode ser uma fonte de estudos

Apenas um servo. disse...

O Artefato Literário é o primeiro blog que visito que me despertou certo interesse.Na verdade, não costumo visitar blogs, porém, este me chamou a atenção em alguns aspectos bem como a forma em que são abordados os temas e de como são desenvolvidos. Possui uma linguagem simples e objetiva. Pressuponho que a partir de agora, já que tomei conhecimento do blog e os assuntos nele abordados, o mesmo poderá me servir de suporte para melhor compreensão ou até mesmo sanar algumas dúvidas relacionadas ao realismo. Contudo, ler na tela de um computador é muito cansativo e desconfortável. Mesmo assim isso não me impedirá de fazer eventuais visitas ao blog para busca de informações. Será de grande ajuda. Muito obrigado e meus parabéns aos criadores e colaboradores do Artefato Literário.

Maria Alice disse...

Os textos são muito interessantes, pois fazem uma contextualização do período de transição do Romantismo para o Realismo, melhorando assim o entendimento sobre o assunto.
O realismo buscava se adaptar às grandes transformações que estavam ocorrendo na segunda metade século XIX, quando surgiram as primeiras lutas sociais contrária ao capitalismo dominador.
As obras do realismo, tanto nas artes plásticas quanto na literatura, baseava-se no ideal real e objetivo.

Luís Fernando - Meca 2 Ano - Sala 1 disse...

O conteúdo do texto é bem interessante, pois se trata de um movimento marcante ocorrido que foi o Realismo. O fato de ser marcante é porque influenciou em várias culturas como, a literatura, as artes plásticas, por exemplo.

João Paulo disse...

CEFET: 2º ELE 1
Através deste texto pude perceber que o Realismo surgiu em oposição e crítica ao Romantismo. Se por um lado este visava um mundo “perfeito”, aquele queria provar os horrores da sociedade na época. Chego até a pensar que o Realismo tinha uma visão muito pessimista do mundo, embora boa parte fosse correta. Os participantes desse movimento queriam que o povo visse como era o mundo realmente para que pudessem melhorá-lo. Não importa a gravidade das histórias contadas por eles, o importante era que o povo pudesse se conscientizar do que se passava no momento. Por esse motivo, foi dito que o realismo chegou a se dizer que o Realismo chegou a seu extremo de Naturalismo. Muitas pessoas foram contra o Realismo, alegando ser desrespeitoso para com as famílias da época. Foi isso que compreendi sobre o Realismo! Ótimo blog!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Meca - 01
2º ano

Venho por este comentário expôr as minhas opiniões e falar um pouco do realismo.
Vejo no realismo a oporunidade de mostrar o mundo como ele realmente é, seus conflitos, seus amores, seus perigos, etc. Trocar aquela forma imaginária (perfeita), por algo simplesmente "real". Gosto muito das obras realistas, principalmente as de Machado de Assis,posso citar a minha preferida que é concerteza a preferida da muita gente: Dom Casmurro.
Achei este blog muito interessante, pois além de citar nomes que merecem ser reconhecidos, utilizou o mais importante quando se trata do realismo: a contextualização, quanto a isso vocês estão de parabéns, pois foi muito bem feito.

Matheus Dada 2ºE1 disse...

O blog disponibiliza um temamuito importante, pois este fez parte da nosso passado, o realismo.
Os textos são muito organizados e disponibiliza ao leitor o conhecimento sobre o assunto.
O tema realismo é um tema muito importante porque este fez parte do nosso passado.
O blog está muito bom, por cumprir seu objetivo principal que é explicar sobre o tema e disponiblizar ao leitor conhecimento sobre este assunto.

Anônimo disse...

Sobre o blog:

As informções postadas nesse blog, Artefato Literário, auxilia muito aos leitores, tanto na questão de sanar dúvidas quanto adquirir novos conhecimentos, devido a linguagem simples e objetiva que nele é utilizada. Contudo, o uso permantente de textos dissertativos poderá, futuramente, desinteressar o público leitor, então, aconselho aos administradores fazer a utilização de outros materiais no blog, como imagens, vídeos e até mesmo uma ferramenta que faça com que o leitor interaja com o blog de maneira mais participativa.
A utilização do blog, como fonte de aprendizagem, facilitará a compreensão dos temas aqui propostos por diversos internautas, já que a internet é de fácil acesso para a sociedade, nos dias atuais.

Tanízia Eloá.
2º Eletro 2
CT-Vespasiano/CEFET-MG

CésarXAN disse...

César, Mecatrônica1 2ºano

Párabéns pelo blog, as informações estão de fácil acesso e com uma linguagem simples.
Espero que continuem esse trabalho, por que não é facil achar blogs de boa qualidade como esse.
O Realismo se falando de literatura se procupou em mostrar a dura realidade de homem, ao contrario do romantismo que mostrava uma visão distorcida de vida do homem.

zanipolojacquees disse...

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